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Mozart aos 11 anos |
Wolfgang Amadeus Mozart foi iniciado na Maçonaria em 14 de dezembro de 1784, aos 28 anos, na loja "A Beneficiência" ( Zur Wohltatigket ) em Viena, uma dentre as 57 oficinas ( 17 na Áustria, 7 na Bohêmia, 4 na Galícia, 12 na Hungria e 17 nos Países Baixos ), filiadas à Grande Loja da Áustria ( Grosse Landesloge von Österreich ). Eram apoiadas pela poderosa Grande Loja da Alemanha. A Loja "A Beneficiência" realizava suas sessões no templo de uma loja maior e mais influente, chamada A Verdadeira Concórdia ( Zur Wahren Eintracht ). A Europa do século XVIII fervilhava com os ideais humanistas. As sociedades secretas proliferavam e, entre tantas outras, as mais conhecidas eram: os Irmãos Asiáticos, os Iluminados da Baviera, o Escocesismo e a antiga Rosa-Cruz. Algumas ordens estavam concentradas nos ideais revolucionários e nas ações políticas, mas no geral, as sociedades estavam mais voltadas aos ideais da filosofia, fraternidade e, principalmente, aos oportunos tráficos de influência. A Maçonaria era uma das sociedades que mais se desenvolveram no século XVIII. Em 24 de junho de 1717, dia de São João Batista, padroeiro dos antigos maçons operativos, foi criada a Grande Loja de Londres, com a reunião de quatro lojas maçônicas, numa federação, à qual outras lojas vieram a se filiar. O objetivo era dar unidade aos ritos, usos e costumes advindos da evolução das guildas e hansas construtivas desde a Idade Média. A partir do século XVII, os pedreiros maçons aceitavam, em suas lojas esparsas e ocasionais, intelectuais, oficiais militares, nobres e outros não "operativas" em seu seio. Desde 1646, quando o astrólogo e esotérico Elias Ashmole fora aceito e iniciado em uma loja operativa de Warrington, na Inglaterra, as lojas maçônicas ou oficinas deixaram a conotação obreira - o ofício da construção - para se dedicar às especulações filosóficas, metafísicas, esotéricas e científicas. Trabalhavam em torno de símbolos ligados à arte da construção, razão pela qual a Ordem passou a ser chamada de simbólica.
Um Resumo da Grande Ópera: A Flauta Mágica
Nas montanhas, perto do templo de Isis no Egipto (durante o período de Ramsés I), o príncipe Tamino é perseguido por uma serpente. Caindo no chão sem sentidos, é salvo por três damas, aias da Rainha da Noite... Assim começa esta que foi a última ópera de Mozart, composta em 1791 com libreto do seu amigo Emmanuel Schikaneder.
As três damas revelam ao príncipe que Pamina foi raptada pelo feiticeiro Sarastro e a Rainha convence-o a salvá-la. Recebe então uma flauta mágica que, ao ser tocada, o protegerá de todos os perigos, e parte com Papageno, o caçador de pássaros. Chegados ao reino de Sarastro, descobrem que o feiticeiro perverso é, na verdade, um sábio sacerdote, representante supremo do bem, do sol e do dia, e que mantém Pamina junto de si apenas para a livrar do mal. Pamina e Tamino apaixonam-se e, juntos, ultrapassam os desafios de iniciação para seguir os ensinamentos de Sarastro.
Apesar do enredo aparentemente simples e infantil, a história é uma espécie de alegoria do universo maçónico ao qual compositor e libretista estavam ligados, tocando valores que se aproximam muito do pensamento iluminista.
No conto original de Wieland um malvado feiticeiro rapta a filha da Rainha da Noite, que graças à sua magia é resgatada por um príncipe. Schikaneder converteu o cruel feiticeiro em Sarastro, o sacerdote de Isis, situou a acção no antigo Egipto, onde se presume terem surgido os ritos da maçonaria, e transformou as provas a que são submetidos Tamino e Pamina em cópias do cerimonial maçónico.
A envolver todo este enredo, a admirável música de Mozart eleva-o numa aura de nobreza e de força dos mistérios sagrados, onde os acordes pesados e repetidos da abertura, representam as batidas à porta da loja maçónica. “A Flauta Mágica” é, ao mesmo tempo, um conto de fadas mágico e uma peça mistério; uma alegoria sobre o bem e o mal e uma fábula sobre o verdadeiro amor.
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