sábado, 31 de dezembro de 2011

Sugestão de Leitura: A alma imoral

O novo livro de Nilton Bonder, A alma imoral, mostra que, num mundo de interdisciplinaridade, religião e biologia, tradição e sobrevivência, continuidade e mutação não são áreas desconexas. Mas do que tudo, num mundo que redescobre o corpo, faz necessária uma nova linguagem para descrever a natureza humana. Os milenares conceitos de corpo e alma, propõe Bonder, são o primeiro registro de uma proposta biológica - de estudo da vida e de suas leis.
Num texto que provoca a comparação entre preservação e evolução com tradição e traição, A alma imoral aponta para um paraíso onde os únicos mandamentos eram "multiplicar-se" e lidar com a questão da "transgressão". A consciência humana é formada desta descoberta fantástica de que nossa tarefa não é apenas a procriação, mas, nas condições certas e na medida certa, transcender a nós mesmos. Esta traição para nós mesmos, que é vital para a continuidade da espécie, gera o conceito de alma.
Para Bonder, a alma é o elemento do próprio corpo que está comprometida com alternativas fora deste corpo. E, enquanto o corpo forja a moral para garantir sua preservação através da procriação, a alma engendra transgressões. Esta alma que questiona a moral, assumindo-se muitas vezes imoral, é apresentada através de incontáveis transgressões em textos e conceitos antigos.
Um livro de profundo impacto na reflexão sobre o certo e o errado, a obediência e a desobediência, as fidelidades e as traições. Um convite a conhecer as profundas conexões entre o traidor e o traído, entre a marginalidade e a santidade, entre a alma e o corpo.
Sobre o autor
Nilton Bonder é rabino com função de líder espiritual da Congregação Judaica do Brasil. É graduado em engenharia mecânica pela Universidade de Columbia e doutor em literatura hebraica pelo Jewish Theological Seminary.
Reconhecido internacionalmente, seus livros já foram lançados nos Estados Unidos e Europa com grande sucesso. A cabala da comida, A cabala do dinheiro, O segredo judaico de resolução de problemas estão entre seus títulos mais vendidos. Seu livro anterior, Portais secretos, foi lançado pela Rocco em 1996. A alma imoral é seu décimo primeiro livro.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Levante Popular 2011: Primavera Árabe completa um ano




ORIENTE MÉDIO E NORTE DA ÁFRICA, 17 DE DEZEMBRO - A data marca o primeiro aniversário do movimento que ficou conhecido como Primavera Árabe - uma onda de revoltas que começou na Tunísia no final de 2010 e se espalhou pelo Oriente Médio e norte da África. Em meados de dezembro, o saldo era de quatro ditadores a menos e dezenas de milhares de mortos nos confrontos que ocorreram em vários países.

A onda começou em 17 de dezembro de 2010, quando um comerciante tunisiano ateou fogo ao próprio corpo em protesto contra o desemprego e condições de vida no país. Mais tarde ele acabaria morrendo, desencadeando uma série de manifestações, que logo se espalhariam para os países vizinhos. A Primavera Árabe é uma das maiores revoluções já vistas na História.
A imolação de Mohamed Bouazizi foi o ponto de partida para uma revolta que derrubou a ditadura de Zine el-Abidine Ben Ali na Tunísia, em janeiro. Menos de um mês depois, Hosni Mubarak caía no Egito, levando consigo um regime que durava três décadas. Em outubro, o líbio Muamar Kadafi foi morto por opositores que travaram, ao longo de meses, uma violenta guerra civil no país. E no Iêmen, Ali Abdullah Saleh transferiu o poder em novembro após meses de protestos.
Mas a revolução não acabou. A Síria, por exemplo, tem sido palco de violentos conflitos ao longo do ano. O regime de Bashar al-Assad, que está no poder há 11 anos, desde a morte do pai, Hafez, se mantém firme e é acusado de oprimir violentamente as manifestações populares. A ONU diz que mais de 5 mil pessoas morreram nos conflitos e acusa o regime de crimes contra a humanidade.
Bahrein, Kuwait e vários outros países da região vivem dias conturbados. Em diferentes medidas, a onda de revolta se espalha por países como Omã, Argélia, Marrocos e Jordânia. As populações vão às ruas, organizam protestos com uso de redes sociais, mas na maioria dos casos, governos respondem com poucas reformas e muita brutalidade.
Em alguns casos, os regimes, para não cair, fazem concessões, como ocorreu na Arábia Saudita.

Fonte: Estadão

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Sem alarde ...

Câmara aprova aumento para próxima legislatura em 2013



Hoje, cada um dos 35 vereadores da capital paraense recebe R$ 9.831,83, além de subsídios mensais, como uma linha de telefone celular (800 mil minutos disponíveis com custo de R$ 0,21 em cada 60 segundos). Além disso, cada gabinete têm R$ 350,00 para pagamento de telefone fixo, R$ 13 mil em tíquete alimentação e R$ 15 mil para salários de assessores, que variam entre duas e 20 pessoas. O presidente da CMB e a 1ª secretária tem carro e motorista à disposição.


Segundo o presidente da Casa legislativa, vereador Raimundo Castro (PTB), o reajuste está previsto na Constituição Federal, que, em seu artigo 29, inciso VI, define que a remuneração (subsídio) dos vereadores tem como limite a remuneração concedida aos deputados estaduais. São faixas que variam de 20% a 75% do que ganha um deputado estadual, a depender do número de habitantes. Os deputados estaduais, por sua vez, também estão limitados; eles podem receber até 75% do que ganha um deputado federal.


Fonte: O Liberal

Reforma Política: Petição Popular

Espirito Natalino : "vassouradas" em Templo Sagrado

O Natal é um momento de paz no qual se celebra o nascimento de Cristo. Mas a Igreja da Natividade, em Belém, na Cisjordânia, transforma-se habitualmente em campo de batalha. Este ano não foi exceção e o local onde, de acordo com a tradição cristã, Jesus nasceu, tornou-se palco de mais um combate insólito entre uma centena de padres ortodoxos gregos e arménios.

O templo é partilhado pelas duas comunidades e pelos católicos romanos. O conflito começou durante a limpeza da igreja quando alguns padres entraram em território alheio. Não há registo de feridos e a polícia palestiniana não efetuou nenhuma detenção.

Fonte: euronews
Aqui: http://pt.euronews.net/2011/12/28/padres-combatem-a-vassourada-na-igreja-da-natividade/


quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Blogosfera: Porra, Neymar!

Blogosfera: Porra, Neymar!: Desculpem o título da postagem, mas o sentimento é de indignação mesmo. O festejado Neymar , ídolo das adolescentes e um dos jogadores mais ...

Padrinho Ingrato - Em nome da Política...

 
 
O deputado Márcio Miranda (DEM), líder do governo, conseguiu praticamente a unanimidade na aprovação de todos os projetos do Executivo na Assembleia Legislativa, enviados no finalzinho do ano. Segredo do sucesso: tratar a oposição (menos o deputado Edmilson Rodrigues, PSOL) a pão de ló. Garante que as emendas dos deputados do PT foram pagas antes das dos governistas.
 

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Um 2012 com tranquilidade e paz


Num mundo em constante ebulição, seja para o lado negativo como positivo, desejamos a todos uma excelente passagem do calendário gregoriano. Aproveitando, anexamos algumas imagens enviadas para o editor, achamos interessantes e, homenageamos nossos pedreiros espalhados pelo globo...



 Tranquilidade de Espírito


Força
Sabedoria
Fraternidade
Liberdade
Como ninguém é de ferro, sempre é bom uma pólvora amarela
Beleza

Solidariedade










domingo, 25 de dezembro de 2011

Rumo a Belém 400 anos: aglomerados subnormais é a realidade

A pesquisa do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -, revela que a Região Metropolitana de Belém (RMB) concentra 89% das pessoas em aglomerados subnormais no Pará. São 1.131.268 moradores nessas condições, o que corresponde a 52% de toda a população da RMB (2.097.287). É a maior proporção de pessoas residentes em favelas entre todas as regiões metropolitanas do País. Como comparativo, a RM Salvador, que aparece em segundo, tem 26,1% dos seus moradores vivendo em favelas. Em números brutos, somente as regiões metropolitanas de São Paulo e do Rio de Janeiro superam a RMB, com 19.611.862 e 11.793.174 habitantes, respectivamente.

As três juntas (RMSP, RMRJ e RMB), concentram quase a metade (43,7%) do total do País.

Estrada Nova - Estão na RMB 12 das 50 maiores favelas brasileiras. A baixada da Estrada Nova, que vai do Jurunas ao Guamá, aparece como a mais populosa de Belém e a quinta em todo o País.
Com 53.129 moradores, ela só fica atrás da Rocinha (RJ).

Conforme o IBGE, no Jurunas são 12.657 domicí lios, sendo que em 42% deles (5.278 residências), não há rede geral de esgoto ou pluvial. Em 2.469 domicílios, o tipo de esgotamento sanitário
utilizado ainda são as fossas sépticas.

A situação é semelhante no Assentamento Sideral, segunda mais populosa favela do Estado e 12ª do ranking nacional. Pelo IBGE, são 10.274 domicílios identificados pelo IBGE, onde residem 39.706 habitantes.

A proporção da população sem água tratada é de 45% (4.621 domicílios) e sem rede de esgoto é de 80% (8.223 domicílios).

Completam a lista dos mais populosos as Baixadas:
  • da Condor, com 38.873 moradores; 
  • Bacia do Tucunduba-Terra Firme, com 35.111 moradores;
  • Bacia do Una-Telégrafo, com 30.094; 
  • Baixada do Guamá, com 29.609; 
  • PAAR, com 29709;
  • Bacia do Una-Barreiro, com 26.003; 
  • Bacia do Tucunduba-Guamá, com 21 656,
  • Cabanagem II, com 19.069; 
  • Cabanagem, com17.917; e
  • Cremação, com 17.248.
Com exceção da Paar, em Ananindeua, todas são de Belém.

No geral, são 248 em todo o estado, distribuídas por 13 municípios. Em Belém são 101 favelas; em Ananindeua, 62; em Marituba, 22; em Santarém, 18;Tucuruí, 14; em Marabá, 11; em Parauapebas, 8; em Altamira, 3; em Cametá, 3; Barcarena, 2; Benevides, 2; e uma Afuá e outra em Almeirim.

Conforme o levantamento, na grande maioria dos municípios distantes da RMB, os aglomerados subnormais se formaram em áreas ribeirinhas, sujeitas a inundações periódicas.

O IBGE ainda indica que em 75% dos domicílios, a renda familiar é inferior a um salário mínimo e o valor do rendimento nominal mediano mensal é nferior a R$ 240,00. A maioria, 77%, ou 976.902 são da cor negra/parda.

O Essencial é Invisivel aos olhos: para o ano novo

Para o Ano Novo .... Uma Bela receita de Carlos Drummond de Andrade.

Para os amigos:

Receita de Ano Novo
...
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido
(mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?).
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Elemento Surpresa: o essencial é invisível aos olhos

Em 1519, Fernando Cortês invandiu o México e venceu centenas de milhares de astecas. Ele tinha 600 homens, alguns cavalos e algo que nem sabia que possuía, o virus da varíola. Quando o rei asteca viu os seus parentes morrerem de varíola, concluiu que o invasor era algum enviado divino e, com isso, sua rendição foi mais fácil. Essa lamentável história nos ensina que o que vence, o que trás a vitória em qualquer projeto, geralmente tem um ás na manga e, às vezes, a pessoa nem sabe o que tem. Infelizmente, a maioria de nós não tem conciência do poder interior, e, às vezes, desperdiça oportunidades magníficas. " o essencial é invissível aos olhos " - Trecho retirado do livro: 100 segredos - Usando Crenças e Símbolos a seu favor.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

A alquimia de Sir Isaac Newton

Sir Isaac Newton (1643 — 1727) estudou a filosofia de Descartes, Gassendie Boyle. Álgebra e geometria analítica de Viète, Descartes e Wallis. A mecânica descrita por Copérnico e Galileu atraíram Newton. A partir destas leituras, o talento de Newton começou a despontar.

Newton dedicou muitos de seus esforços aos estudos da alquimia. Escreveu muito sobre esse tema, fato que se soube muito tarde, já que a alquimia era totalmente ilegal naquela época.

O gênio científico de Newton emergiu de repente quando uma epidemia de peste fechou a Universidade pelo verão de 1665 e ele teve que retornar a Lincolnshire. Lá, em um período de menos de dois anos, ele começou avanços revolucionários em matemática, ótica, física, e astronomia.

O seu primeiro contato com caminhos da alquimia foi através de Isaac Barrow e Henry More, intelectuais de Cambridge. Em 1669 escreveu dois trabalhos sobre a alquimia, Theatrum Chemicum e The Vegetation of Metals. Outras publicações foram feitas por Newton sobre a alquimia. Todas profundamente importantes.

A alquimia não é distante da física. Os alquimistas buscavam abranger todos os segredos do universo de forma, como chamamos hoje, holística. Eram excelentes observadores do mundo físico, o qual tentavam entender e explicar o seu funcionamento, com um olhar alternativo para o universo. Newton compreendeu que, se desejava levar a Física adiante, precisaria também observar e reinventar o universo, com atenção de um místico e criar uma nova narrativa. Logo, para ele, a alquimia não era uma diversão, mas a sua musa inspiradora.

Em 1719, Newton foi eleito como o terceiro Grão Mestre da Grande Loja de Londres. Newton é tão conhecido dentro da Maçonaria inglesa que uma das mais tradicionais Lojas Maçônicas de Cambridge carrega seu nome, a “Isaac Newton University Lodge“.

Seus trabalhos maçônicos incluem um extenso estudo sobre a geometria do Templo de Salomão, a ponto de William Blake, outro ocultista e alquimista de extremo renome, tê-lo chamado de “Geômetra Sagrado” em seus textos.

Newton é aclamado e conhecido, o co-inventor do cálculo infinitesimal, junto com Leibniz, o cientista que provou que a luz branca resulta de uma mistura de cores, explicou o arco-íris, construiu o primeiro telescópio reflector e a lei da gravidade universal que rege os movimentos dos planetas, dos cometas e das marés.

Isaac Newton foi quem mais defendeu a existência da "quintessência" em suas teorias e discussões sobre os conceitos de matéria e energia. Muitas vezes, Newton deixou transparecer a sua crença em uma força imaterial presente nos corpos materiais e nas formas de energia. Ele admitia que matéria e luz comunicavam-se por algo desconhecido pela ciência. Em suas teorias sobre a propagação das vibrações dos corpos, chamava essa essência desconhecida pelo sugestivo nome de "espírito da matéria".

"Do meu telescópio, eu via Deus caminhar! A maravilhosa disposição e harmonia do universo só pode ter tido origem segundo o plano de um Ser que tudo sabe e tudo pode. Isto fica sendo a minha última e mais elevada descoberta. (Isaac Newton)"

O pai da ciência moderna, Isaac Newton, tinha um pé no racionalismo e outro no misticismo e deixou um legado revolucionário no campo da astronomia, da física e da matemática. Seus trabalhos conduziram à moderna física óptica e à formulação das três leis do movimento que geraram a lei da gravitação universal e lançaram os fundamentos do cálculo infinitesimal.

O princípio da gravitação universal, por exemplo, que explica toda a mecânica celeste e a dança dos planetas em torno do Sol, colocou abaixo o pensamento filosófico vigente até o século XVII, eliminando a dependência da ação divina. Tal ousadia já valeria uma investigação do poder inquisitorial da Igreja, mas Newton não foi queimado na fogueira. Isso porque poucos sabiam que ele era uma figura muito mais ousada, sendo um interessado místico, secreto estudante rosacruciano, além de ser maçom, e que também pesquisava metodicamente a alquimia e a astrologia.

Os seus manuscritos, finalmente disponíveis para uma análise crítica, excedem de longe os seus escritos sobre Física, e constituem um manancial precioso que está a revolucionar a imagem convencional do grande génio inglês a que os manuais nos tinham habituado.


O Newton alquímico já havia sido identificado reconhecido pelos seus biógrafos, já que tais como outros cientistas da sua época, como Robert Boyle, assumiam o interesse pela “magna arte” que iria ela própria transmutar-se na Química moderna.

O inventário feito até gora atribui a Newton mais de um milhão de palavras escritas sobre alquimia, apoiada numa biblioteca com cerca de 50 volumes de tratados da especialidade.

O sábio inglês calculava mesmo que a decifração dos segredos operativos da alquimia lhe poderiam fornecer o código da linguagem divina, o segredo do Logos da Criação.

Newton entendia que o seu trabalho perseguia o essencial de uma tradição secreta de sabedoria, a "prisca sapientia", que remontava às origens da história humana, suspeitando mesmo que os Antigos haviam já intuído a famosa lei do quadrado inverso da distância que o seu génio acabaria por descobrir.

O mundo preferiu não ouvir a definição de Newton dada pelo célebre economista, em 1942, após ter comprado, em um leilão, os manuscritos de Newton e descoberto, atônito, o intenso interesse do cientista pelo mundo oculto e de que forma isso foi responsável por suas descobertas científicas mais importantes. Disse Keats:

“Ele sempre foi considerado um cientista rígido, adepto ferrenho do empirismo e ninguém podia acreditar que pudesse ter idéias alheias à corrente científica tradicional. Mas ele tinha, em segredo, um outro campo de estudo, a alquimia, com o qual queria desvendar os segredos do Universo, em vez de por meio da matemática e da ciência. Os Principia, em especial, são prova disso“.

Os seus manuscritos de natureza teológica revelam um Isaac Newton inequivocamente próximo das doutrinas arianistas, formuladas no século IV por Arius, um sacerdote de Alexandria, que propunha uma cristologia original em que Deus e o Filho não eram co-eternos, sendo Jesus o filho de Deus mas não igual a Ele. Resulta daqui uma posição anti-trinitária, contra a Igreja Romana, acusada por Newton de forjar uma heresia a partir do Concílio de Niceia e sob inspiração do bispo Atanasius.

John Keats não perdoava Newton por ele “ter destruído toda a poesia do arco-íris“, fazendo, talvez, a primeira crítica ao excessivo racionalismo científico, do qual Sir Isaac, desde então, foi entronizado como o mais ortodoxo ícone.

Mas, em verdade, longe de ser o primeiro representante da idade da Razão, ele foi, em verdade, “o último dos magos, o último dos babilônios e dos sumérios, a última grande mente que viu além do mundo visível e racional, com os mesmos olhos daqueles que iniciaram a construção de nossa herança intelectual“, como o definiu outro inglês, Keynes.

Os manuscritos teológicos e alquímicos de Newton, à luz da crítica histórica em curso, permitem antever um homem brilhante e intuitivo, persistente nas suas convicções mais profundas, mas também receoso de uma eventual publicitação dos seus sentimentos e convicções mais ocultas.

A decifração destes novos documentos atestam que o próprio labor científico de Isaac Newton visava consolidar, no fundo, a imagem de um Universo gerido por leis determinadas por uma entidade transcendente, tal como se deduz do “escólio” da sua obra mais aclamada, os Principia Mathematica, de 1687. Um Universo dotado de um espaço infinito que o matemático identificava com o “sensorium Dei”, mas que não se confundia de modo algum com o panteísmo.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Teoria econômica dominante está fora da realidade, diz pesquisador

Com informações da Agência USP - 15/12/2011


Teorias fora da realidade

Pesquisas no campo da economia provenientes da corrente teórica dominante são geralmente irrealistas.

É mais ou menos como se o Modelo Padrão da Física fizesse previsões incorretas sobre o comportamento das partículas, ou se os químicos afirmassem uma coisa e as reações químicas se comportassem de outra maneira.

Mas, segundo o economista Emilio Cherñavsky, da Universidade de São Paulo (USP), as previsões feitas por economistas de prestígio e por grandes instituições de pesquisa da área tendem a apresentar resultados largamente falhos e imprecisos.

Isso acontece, segundo o pesquisador, porque essas teorias econômicas, e as previsões baseadas nelas, não tentam se aproximar da realidade.

Em vez disso, elas partem de modelos que negligenciam as condições do mundo real. Ou seja, são estudos que só funcionam no papel.

"Esse tipo de modelo não é bem-sucedido em encontrar uma parcela relevante da realidade. Ele negligencia as proposições nesse sentido", coloca Cherñavsky.

O mundo real e o mundo do pesquisador

Para exemplificar a questão, Cherñavsky faz um paralelo entre o mundo real e o que ele denomina "mundinho" criado pelo pesquisador.

"Durante a elaboração de uma teoria, o pesquisador coloca seu modelo dentro de um mundo, onde os problemas e os desafios são ditados só por ele. Ninguém confronta suas informações", descreve o economista.

Para entender a realidade, os economistas devem propor mecanismos para este "mundinho" que também acreditem funcionar no mundo real, podendo assim compreendê-lo.

Nos gráficos é possível, segundo o professor, perceber erros bastante grosseiros cometidos pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo Banco Mundial a menos de um ano do agravamento da crise.

Essas instituições apontavam para 2008 uma expansão da economia de, respectivamente, 80% e 94% a mais do que realmente aconteceu. Para o ano seguinte, 2009, seus apontamentos foram ainda mais errados.

Erros desse tipo acontecem com bastante frequência no cenário econômico. Eles são cometidos por entidades julgadas seguras e confiáveis. Para Cherñavsky, os erros são produto da negligência destes profissionais.

"Os economistas ficam preocupados com critérios como elegância, formalismo, consistência com equilíbrio e tratabilidade matemática dos modelos e não se atêm à aderência desses pontos à realidade", explica.

Previsões econômicas falhas

No Brasil, o Banco Central coleta e divulga semanalmente no relatório Focus as previsões econômicas elaboradas, principalmente, por instituições financeiras e consultorias econômicas.

Essas previsões possuem um papel central na operação da política monetária por parte do Banco Central, afetando decisivamente o valor da taxa Selic, a taxa básica de juros da economia.

"A despeito dessa importância, o desempenho dessas previsões não têm sido satisfatório, pois elas erram muito, mostrando-se pouco exatas," avalia.

Cherñavsky diz que é fundamental que se perceba esse comportamento e se adote uma visão mais crítica das proposições da corrente dominante na ciência econômica.

Saber que dali podem prover erros, faz com que as pessoas tentem encontrar outras ideias e opiniões sobre o estado da economia. "Precisamos mudar as atitudes e mostrar o quanto esse tipo de comportamento tem levado a resultados ruins," completa.

Fonte: Inovação Tecnológica

Simbolos herméticos: para os iniciados

Arquivo: Terceira Via
Arquivo : Terceira Via
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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

O Voto de Minerva

Direto do Supremo Tribunal Federal:

O ministro Cezar Peluso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), acaba de proferir voto de qualidade a Jader Barbalho (PMDB) que poderá assumir sua vaga no Senado Federal. O presidente do STF decidiu não esperar pela posse da nova ministra e aceitou recurso de Jader.


O voto de Minerva de Cezar Peluso desempatou o julgamento de novembro, que terminou com 5 votos a favor e 5 contra o peemedebista. Previsto no Regimento Interno do STF, o voto de qualidade estabelece que o presidente pode votar para desempatar julgamentos.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O LAÇO E O ABRAÇO

O LAÇO E O ABRAÇO


Meu Deus! Como é engraçado!...
Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço...
Uma fita dando voltas? Enrosca-se...
Mas não se embola , vira, revira, circula e pronto: está dado o
laço.
É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de
braço.
É assim que é o laço: um abraço no presente, no cabelo, no vestido, em
qualquer coisa onde o faço.
E quando puxo uma ponta, o que é que acontece? Vai escorregando
devagarzinho, desmancha, desfaz o abraço.
Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido.
E na fita que curioso, não faltou nem um pedaço.
Ah! Então é assim o amor, a amizade. Tudo que é sentimento? Como um
pedaço de fita?
Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora,
deixando livres as duas bandas do laço.
Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade.
E quando alguém briga então se diz - romperam-se os laços.
E saem as duas partes, igual meus pedaços de fita, sem perder nenhum
pedaço.
Então o amor é isso...
Não prende, não escraviza, não aperta, não sufoca.
Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço.

(Autor desconhecido)

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

PLEBISCITO 2011: A resposta do povo e algumas indagações.

A população, no dia 11 de dezembro, através da festa da democracia, sacramentou, nas urnas, sua vontade em relação a consulta da divisão do Estado do Pará.

É Importante analisar e refletir sobre alguns sinais desse processo:

1 - O resultado da votação foi um sentimento eminentemente popular, mesmo que políticos Velhacos, Cabeçudos e Maluquinhos resguardando seus interesses, tentem passar pra população paraense que foram protagonistas no processo. Lembra uma frase de um amigo meu, do qual gosto muito: "É brincadeira!"

2 - A indecisão de algumas lideranças  terá consequências negativas a médio prazo, mesmo que com boa "dicção " tentem incutir no inconsciente coletivo uma imagem positiva do processo. Lembra outra frase: "O tempo é o senhor da razão."

3 - O resultado do Sim demonstrou uma insatisfação de nossos irmãos do interior, o que induz para uma reflexão  e consequentemente maiores cobranças de políticas públicas...

4 - O resultado do Não refletiu a vontade popular..


5 - É inadmissível observar políticos da capital que tiveram votos nas regiões que propuseram o plebiscito, e defender em palanques, uma posição contrária. É preciso urgente  uma reforma política  que reforçe o voto distrital, pois é imoral adquirir votos de determinadas regiões, e trair seus eleitores.

6 - Por fim, achamos que os milhões de reais utilizados no plebiscito poderiam  ser canalizados para as reais necessidades da população.

Ps: Por uma Reforma Política urgente e uma Reforma Tributária que defenda os interesses do Glorioso Pará.

Ps 1: Agora vamos esperar as eleições municipais de 2012, e observar as consequencias das trairagens e feridas abertas...

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Filosofando e Meditando: O método de Descartes

Começo atualizando o Blog com uma síntese do grande Matemático Descartes, e informo para os paraenses não se esquecer de votar no dia 11 de dezembro... Exercendo um direito conquistado com muito sangue e luta: a democracia...


Ps: Perdemos uma grande oportunidade de qualificar o debate, mas como diz o poeta Ruy Paranatinga Barata: ..."O tempo tem tempo de tempo ser,
o tempo tem tempo de tempo dar,
ao tempo da noite que vai, correr,
o tempo do dia que vai chegar." ......

Voltando a Descartes:


Fonte: Gravura da Internet

Descarte foi um Matemático de genialidade extraordinária, e talvez isso ajude a explicar por que ele via os métodos matemáticos como algo que deveria ser aplicado de modo geral a outras tentativas de compreensão. No discurso do método, Descarte expõe o que ele considera ser os passos formais do raciocínio correto, e deles é possível ouvir ecos dos passos de uma demonstração Matemática. Ele lista quatro regras para o direcionamento do pensamento:

1 – Não aceitar nada como verdadeiro que não esteja presente à mente de modo tão claro e distinto que não haja razão para a dúvida;
2 – Fragmentar os problemas em muitos problemas menores, tanto quanto forem possíveis;
3 – Começar pelo que é mais simples e facilmente compreendido e, a partir disso, ir construindo o raciocínio gradativamente até assuntos mais amplos e mais complexos.
4 – Revisar toda a corrente de raciocínio para garantir que nada foi omitido.

Sete bilhões de pessoas no mundo: saiba em que posição você está

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

História Universal da Destruição dos Livros - Das Tábuas Sumérias à Guerra do Iraque


Sinopse:


Desde que surgiram as primeiras formas de livros na Suméria, o homem empreendeu uma verdadeira saga que reduziria em cinzas um número incalculável de obras. Medo, ódio, soberba, intolerância e sede de poder são o que sempre motivaram os biblioclastas, cuja intenção na verdade nunca foi simplesmente destruir o objeto em si, mas o que este representava: o vínculo com a memória, o patrimônio de idéias de toda uma civilização.

História Universal da Destruição dos Livros é o resultado de um estudo de 12 anos, em que Báez nos oferece uma visão aterradora da devastação sistemática, que se inicia no Mundo Antigo, passando pela Inquisição e tempos das conquistas, até a catástrofe mais recente: a destruição de um milhão de livros no Iraque como conseqüência de uma guerra absurda. Para o autor, trata-se de mais uma manifestação da inexorável necessidade de impor uma cultura sobre a outra.

Mais do que um levantamento minucioso dos prejuízos, esta obra denuncia os crimes cuja maior vítima é a própria humanidade, pois "onde queimam livros, acabam queimando homens", assim disse o poeta alemão Heinrich Heine.

Prólogo

Incêndios, enchentes, terremotos. Guerras e regimes autoritários causaram a morte de milhões de pessoas. Mas nesta notável obra temos a chance de conhecer uma história nunca antes contada de forma tão minuciosa: a da destruição de livros. O autor venezuelano Fernando Báez nos leva de volta ao Mundo Antigo para acompanhar, desde o início, a trajetória dessa prática que teve entre seus adeptos não só homens ignorantes ou perversos, mas também grandes filósofos, eruditos e escritores, como Descartes, Platão e Heidegger. Alguns porque acreditavam que, eliminando os vestígios do pensamento de uma determinada época, estariam promovendo a superação do conhecimento humano. Outros, mais modestos, lançavam ao fogo suas obras simplesmente por vergonha do que haviam escrito.

No entanto, os principais destruidores de livros sempre tiveram como maior motivação o desejo de aniquilar o pensamento livre. Os conquistadores atribuíam à queima da biblioteca do inimigo a consagração de sua vitória.E assim o autor nos conduz através dos tempos e pelos mais diversos continentes para refazer o percurso dessa pesquisa dolorosa, mas que ironicamente ameniza o nosso sofrimento. Afinal, ao remontar à perda de incontáveis obras, idéias, conhecimentos e memórias, é possível reconstruir lendas e mistérios que envolveram essa história de horror que parece não ter chegado ao fim.

Em 2003, a guerra levou à extinção mais de 1 milhão de livros e 10 milhões de documentos da Biblioteca Nacional do Iraque, berço da Civilização Ocidental. Inertes, assistimos em tempo real a um verdadeiro genocídio cultural, cujas conseqüências para as próximas gerações serão irreparáveis.

Editora: Ediouro - 2004

terça-feira, 29 de novembro de 2011

O plebiscito da divisão do Pará e a pergunta: É importante esclarecer o Povão?

Arquivo do Terceira Via

 
No dia 11 de dezembro acontecerá a eleição para consulta popular sobre a divisão ou não do Pará. Analisando a propaganda de ambos os lados, concluímos que os esclarecimentos para a população, sobre o processo, ainda são muito superficiais, colocando o povo indefinido, diante da indução dos marqueteiros. Este nivelamento por baixo ocasiona um grande perigo, dada a responsabilidade dos paraenses, no dia 11 dezembro. Deixados de lado os reais motivos, os esclarecimentos técnicos são meros detalhes no processo. A polarização frágil em argumentos, agressiva e ,até certo ponto, ingênua, são a marca da propaganda.

Nas redes sociais, em alguns ambientes, o debate melhora. Observa-se alguns insight de argumentação  elaborados por pesquisadores de universidades, e até por profissionais formadores de opinião na sociedade,  mas o esforço tem um raio de abrangência limitado, dado o nível técnico.
É preciso transformar e requalificar a linguagem da mídia apresentada à população,  para que a mensagem chegue mais palatável ao povo...
Fica a pergunta  no ar: Convém esclarecer o Povão?

domingo, 27 de novembro de 2011

Na reconstrução do Templo de Salomão no Pará: O Sol como Testemunha no Átrio

Arquivo - Terceira Via - João Quaresma

 
Arquivo - Terceira Via - João Quaresma



In infortuniis virtus relucet
 Em homenagem a Liberdade e a Virtude..... e o combate a todo tipo de preconceito e opressão.

O Editor

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A Justiça e sua burocracia



Homem que foi preso por engano morre após ganhar indenização

Marcos Mariano da Silva teve um enfarte durante o sono, algumas horas depois de saber que o STJ negou recurso do governo de Pernambuco e determinou o pagamento da segunda parcela de uma indenização por danos materiais e morais no valor de R$ 2 milhões

Agência Estado

O ex-mecânico Marcos Mariano da Silva, 63 anos, que passou 19 anos preso injustamente, morreu no início da noite de desta terça-feira (22) em sua casa, no bairro de Afogados, Recife, enquanto dormia. Ele teve um enfarte durante o sono, algumas horas depois de saber que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou recurso do governo de Pernambuco e determinou o pagamento da segunda parcela de uma indenização por danos materiais e morais. O valor total da indenização era de R$ 2 milhões. Ela já havia recebido metade em 2009.

Marcos Mariano já esperava a decisão do STJ, que lhe foi repassada, por telefone, pelo seu advogado José Afonso Bragança Borges, por volta das 15 horas. "Foi como se ele tivesse aguardado a corroboração da sua inocência para poder morrer em paz", afirmou o advogado que acompanhou a sua "agonia e luta para provar ser um homem digno e honrado".

A Rede do Poder Corporativo Mundial - Ladislau Dawbor

Retirado do Blog: http://criseoportunidade.wordpress.com/

Ladislau Dowbor, novembro de 2011

O Federal Swiss Technology Institute (ETH) de Zurich publicou o primeiro mapa da rede global de controle das corporações (The network of global corporate control), contribuição de primeira importância.

O relatório mostra, basicamente, que 737 grupos controlam 80% do universo das grandes corporações transnacionais, e que um núcleo duro de 147 corporações controla 40%, e são quase todas corporações financeiras.

Muitos intuiam naturalmente esta realidade, bastando ver como se desenvolve a crise planetária. Mas ter o mapa deste poder é uma contribuição fundamental. E quando os grupos são tão poucos, não é preciso recorrer a nenhuma teoria conspiratória: nada que não se resolva no campo de golfe.

O artigo que apresentamos aqui é essencialmente uma resenha comentada. O artigo original em inglês, que circula muito no planeta, bem como um artigo/comentário interessante do New Scientist britânico (junto com a sua tradução em português) estão disponíveis em http://dowbor.org/ar.asp

Por que Dizer Não a Divisão do Pará a Lei de Causa e Efeito

Como o editor desde criancinha nunca acreditou nessas simbologias : Papai Noel, Pinóquio e a Branca de Neve... Recomendamos, o excelente texto de reflexão ....

Ps:  para os mais afoitos observo o cuidado com a matinta perera ...



“Dada a causa, segue o efeito; mantida a causa, mantido o efeito; eliminada a causa, eliminado o efeito”.
Essa máxima sociológica elementar é ignorada pelos defensores da divisão do Estado do Pará, com a criação dos Estados do Carajás e do Tapajós, ao atribuírem ao tamanho do Estado do Pará, a condição de causa de seu atraso. E, ao prometerem ao eleitor paraense, a solução dos problemas sociais e econômicos, por meio do retalhamento do Estado, fazem uma promessa incumprível. O tamanho não é a causa do atraso do Estado do Pará.

Afirmar que as mazelas do Pará – caos da saúde e da educação, ineficiência do sistema de transporte, aumento da violência e crise da segurança, dentre outros - decorrem do tamanho do Estado é tripudiar sobre a nossa inteligência, e intencionalmente, confundir a cabeça dos menos esclarecidos. Sabemos que esses problemas não são “privilégios” dos grandes Estados, como o Pará, o Amazonas e outros. Eles acontecem também nos pequenos Estados. Tanto nos subdesenvolvidos, como Sergipe e Alagoas, quanto nos mais avançados, como Rio de Janeiro e São Paulo. Basta se visitar as pequenas cidades desses Estados e a periferia das capitais para se assistir a ocorrência de violência, postos de saúde superlotados e desestruturados, estradas e ruas esburacadas e escolas sem condições de funcionamento, crianças fora da escola. A mesma televisão, que veicula a campanha mentirosa, escancara em seus noticiários, a dura realidade, diariamente.


           Dizer que o Pará retalhado em 3 Estados vai ter esses e outros problemas solucionados é agir como Seu Creyson, aquele personagem de um programa de TV, que ao apresentar as mais louca e mirabolantes soluções para tudo, anuncia: “Os seus probremas se acabaram-se”. O povo paraense não merece esse escárnio. Mas os adeptos do esquartejamento do Estado do Pará, apostando no pouco conhecimento do homem simples, utilizam-se da indiscutível criatividade da publicidade brasileira, para iludir a massa. O complemento disso são os milhões “investidos” na fragilidade financeira do cidadão comum e a truculência que já começa a acontecer nos “currais” dos coronéis, das regiões que pretendem a emancipação.

          O discurso dos separatistas induz o eleitor a que, esquartejado o Estado do Pará, com o surgimento de 3 Estados – o imenso Tapajós, que já nasceria o terceiro maior Estado brasileiro, o potencialmente rico Carajás e o Pará residual, que bem poderia ser chamado Paramiri, que em tupiguarani quer dizer Pará pequeno - de repente, por obra e graça do retalhamento, se daria um milagre. Brotaria dinheiro a rodo. Do nada surgiriam hospitais, as estradas virariam rodovias de primeiro mundo, o transporte urbano fluiria tranquilamente, o índice de assaltos diminuiria, a segurança seria eficiente, os professores ganhariam mais que o piso salarial e “todos seriam felizes para sempre”. Não é verdade. Recursos públicos não brotam do nada e a divisão deles entre as 3 esferas da Administração Pública - União, Estados e Municípios – é definida na Constituição Federal e nas Leis, que não são alteradas num estalar de dedos. Quem vai nessa conversa, acredita em Papai Noel, na Branca de Neve e que o Ministro Luppi não é discípulo do Pinóquio.


           As verdadeiras causas das nossas dificuldades decorrem do atual modelo de gestão, predatório e concentrador. Recursos existem, mas esse modelo induz a corrupção, o desvio e impede que os recursos públicos, que se originam dos impostos que pagamos, cheguem aos verdadeiros destinatários, os mais necessitados. Enquanto as causas estruturais do atraso e da pobreza dos Estados brasileiros não forem eliminadas, os efeitos perversos persistirão. Dividir não é solução.


Por isso, não embarque na “canoa furada” da divisão do Pará. Vote duas vezes 55. Diga NÃO à criação do Estado do Tapajós. Diga NÃO à criação do Estado do Carajás.


OCTAVIO PESSOA.

Jornalista e Advogado

P.S: Permitida a replicação deste texto em toda e qualquer mídia, desde que a fonte e o autor sejam citados.

           

CORECON-PA realiza campanha e colhe assinaturas contra a Lei Kandir

CORECON-PA realiza campanha e colhe assinaturas contra a Lei Kandir

O Conselho Regional de Economia do Estado do Pará (CORECON-PA) participou da coleta de assinaturas para um abaixo-assinado contra a Lei Kandir, entregue ao Ministro de Minas e Energia Edson Lobão, contendo reivindicações com o objetivo de reverter os impactos da Lei Complementar nº87, de setembro de 1996, também conhecida como Lei Kandir, além de garantir recursos para serem investidos no Estado do Pará.

O abaixo-assinado, resultado de uma parceria institucional firmada entre o CORECON-PA e a Assembléia Legislativa do Estado (ALEPA) reivindica a alteração na Lei Kandir, de modo que o Pará possa voltar a arrecadar 13% de ICMS sobre a exportação de produtos primários e semi-elaborados; a introdução de regras que reduzam impostos sobre a exportação de produtos industrializados, incentivando a verticalização com a conseqüente geração de empregos para apopulação local e a criação de um plano de investimento para a verticalização mineraria. O documento propõe também a alteração na alíquota da CompensaçãoFinanceira pela Exploração Mineral (Cefem) de 2% para 7%, a ser calculada sobrea exportação bruta de minério e a criação de fundos regionais de exaustão, a partir da ampliação da arrecadação da Cefem que beneficiem a todos os municípios e não somente os mineradores.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Crônica : "Ninguém entregou ninguém"

Recebemos  excelente crônica do amigo Octávio Pessoa e postamos para nossos leitores. Aproveitando, informo ao poderoso irmão que estaremos no lançamento de seu livro em abril de 2012. Isso se o grande Arquiteto permitir...

O Editor


Depois de algum tempo afastado, aqui estou de volta. Após meu retorno dos Estados Unidos, sobrecarga de trabalho e outras atividades me absorveram totalmente. O que importa é que “aqui me tens de regresso”.

A crônica “Ninguém entregou ninguém” completa a série será reunida no meu primeiro livro de crônicas intitulado “Causos Amazônicos”, já em fase de produção e com lançamento previsto para abril de 2012.

O argumento me foi enviado há algum tempo, pela minha amiga e conterrânea, Ray Almeida, que reside atualmente em Manaus/AM, a quem eu dedico a crônica.

Na sequência, me dedicarei ao tema da ordem do dia, aqui no estado Pará: o plebiscito para decidir se devem ser criados os Estados do Carajás e do Tapajós, em partes do atual território paraense.

Primeiro, vou falar sobre o que é um plebiscito, comentar os dispositivos constitucionais e legais que o fundamentam e as decisões normativas do Tribunal Superior Eleitoral e Tribunal Regional Eleitoral. Em seguida, opinarei, esclarecendo o público quanto as razões por que não se deve esquartejar este Estado na série “PORQUE NÃO DIVIDIR O PARÁ”.

Blog: Blog do Octavio Pessoa

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Simbolos do Pará: O Buriti

Tem teóricos a favor da Divisão do Pará que só conhece o Estado, de fato, através dos livros ou a um palmo do nariz. Para esses recomendamos o Mingau do Buriti, daquela palmeira de onde se extrai a matéria-prima para a elaboração dos famosos brinquedos de miriti do círio de Nazaré.

 O Mingau está servido!!!

O famoso Buriti - Arquivo do Terceira Via

Arquivo: Terceira Via

Blade Runner: na busca da Imortalidade da Alma...




A Busca da Imortalidade da Alma é o grande dilema da humanidade. Em Blade Runner: o caçador de andróides, um clássico norte americano da ficção científica de 1982, o tema é debatido com elegância e visão de futuro. O enredo contribui com as primeiras pinceladas de assuntos como: Biociência, Robótica, etc. hoje, uma realidade no século XXI.




Na época de seu lançamento, o filme foi muito mal nas bilheterias da América do Norte; apesar do fracasso comercial, ele desde então se tornou um clássico cult[2] e é atualmente considerado um dos melhores filmes já feitos.

Vale a pena assistir a película...

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Elogio do Boteco

Do Jornal do Brasil

Por Leonardo Boff

Em razão do meu “ciganismo intelectual” falando em muitos lugares e ambientes sobre um sem-número de temas que vão da espiritualidade à responsabilidade socioambiental, e até sobre a possibilidade do fim de nossa espécie, os organizadores, por deferência, costumam me convidar para um bom restaurante da cidade. Lógico, guardo a boa tradição franciscana e celebro os pratos com comentários laudatórios. Mas me sobra sempre pequeno amargor na boca, impedindo que o comer seja uma celebração. Lembro que a maioria das pessoas amigas não podem desfrutar destas comidas e especialmente os milhões e milhões de famintos do mundo. Parece-me que lhes estou roubando a comida da boca. Como celebrar a generosidade dos amigos e da Mãe Terra se, nas palavras de Gandhi, “a fome é um insulto e a forma de violência mais assassina que existe”?

É neste contexto que me vêm à mente como consolo os botecos. Gosto de frequentá-los, pois aí posso comer sem má consciência. Eles se encontram em todo mundo, também nas comunidades pobres nas quais, por anos, trabalhei. Aí se vive uma real democracia: o boteco, ou o pé-sujo (o boteco de pessoas com menos poder aquisitivo), acolhe todo mundo. Pode-se encontrar lá tomando seu chope um professor universitário ao lado de um peão da construção civil, um ator de teatro na mesa com um malandro, até com um bêbado tomando seu traguinho. É só chegar, ir sentando e logo gritar: “Me traga um chope estupidamente gelado”.

O boteco é mais que seu visual, com azulejos de cores fortes, com o santo protetor na parede, geralmente um Santo Antônio com o Menino Jesus, o símbolo do time de estimação e as propagandas coloridas de bebidas. O boteco é um estado de espírito, o lugar de encontro com os amigos e os vizinhos, da conversa fiada, da discussão sobre o último jogo de futebol, dos comentários da novela preferida, da crítica aos políticos e dos palavrões bem merecidos contra os corruptos. Todos logo se enturmam num espírito comunitário em estado nascente. Aqui ninguém é rico ou pobre. É simplesmente gente que se expressa como gente, usando a gíria popular. Há muito humor, piadas e bravatas. Às vezes, como em Minas, se improvisa até uma cantoria que alguém acompanha ao violão.
Ninguém repara nas condições gerais do balcão ou das mesinhas. O importante é que o copo esteja bem lavado e sem gordura, senão estraga o colarinho cremoso do chope que deve ter uns três dedos. Ninguém se incomoda com o chão e o estado do banheiro. Os nomes dos botecos são os mais diversos, dependendo da região do país. Pode ser a Adega da Velha, o Bar do Sacha, o boteco do Seo Gomes, o Bar do Giba, o Botequim do Joia, o Pavão Azul, a Confraria do Bode Cheiroso, a Casa Cheia e outros. Belo Horizonte é a cidade que mais botecos possui, realizando até, cada ano, um concurso da melhor comida de boteco.

Os pratos também são variados, geralmente, elaborados a partir de receitas caseiras e regionais: a carne de sol do Nordeste, a carne de porco e o tutu de Minas. Os nomes são ingeniosos: “mexidoido chapado”, “porconóbis de sabugosa”, “costela de Adão” (costelinha de porco com mandioca), “torresminho de barriga”. Há um prato que aprecio sobremaneira, oferecido no Mercado Central de Belo Horizonte e que foi premiado num dos concursos: “bife de fígado acebolado com jiló”. Se depender de mim, este prato deverá constar no menu do banquete do Reino dos Céus que o Pai celeste vai oferecer aos bem-aventurados.

Se bem repararmos, o boteco desempenha uma função cidadã: dá aos frequentadores, especialmente aos mais assíduos, o sentimento de pertença à cidade ou ao bairro. Não havendo outros lugares de entretenimento e de lazer, permite que as pessoas se encontrem, esqueçam seu status social e vivam uma igualdade, geralmente, negada no cotidiano.

Para mim, o boteco é uma metáfora da comensalidade sonhada por Jesus, lugar onde todos podem sentar à mesa e celebrar o convívio fraterno e fazer do comer uma comunhão. Para mim, também, é o lugar onde posso comer sem má consciência. Dedico este texto ao cartunista e amigo Jaguar, que aprecia botecos.

A Bandeira e a Rocinha: um simbolo de esperança?

Fonte: internet

Um olhar sobre a Bela Recife-PE

Em homenagem à Patroa....

Recife - Pernanbuco - Arquivo Terceira Via
Recife - Pernanbuco - Arquivo Terceira Via
Recife - Pernanbuco - Arquivo Terceira Via

Recife - Pernanbuco - Arquivo Terceira Via

Olinda - Pernanbuco - Arquivo Terceira Via
Olinda - Pernanbuco - Arquivo Terceira Via

Olinda - Pernanbuco - Arquivo Terceira Via
  

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O Corpo do Mestre Vivo: simbolo de fé e espiritualidade



A convite do Grande Irmão da Câmara do Meio, Antônio Pinheiro, o poster esteve no dia 11. 11 de 2011- uma data cabalística muito forte, no Templo das mais antigas Igrejas do Pará -, conhecida popularmente como a Igreja das Mercês, construida em taipa em 1640, e reconstruida em alvenaria de pedra, com traça do arquiteto italiano Antônio José Landi em estilo barroco primitivo.

Um patrimônio que precisa de mais cuidado pelas autoridades deste Estado.

Aproveitando registramos o Corpo Vivo do Grande Mestre, simbolo  de fé e espiritualidade.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O Dia decisivo é adiado

O pedido de vista do dia decisivo...


STF: pedido ‘vista’ adia o julgamento da Ficha Limpa

Um pedido de vista feito pelo ministro Joaquim Barbosa provocou o adiamento da decisão do STF sobre a constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa.

Antes que Joaquim requeresse tempo para analisar os autos, o relator do processo, ministro Luiz Fux, pronunciou o seu voto.


Validade do Ficha Limpa : o dia decisivo

É hoje, dia 09 de novembro de 2011 que será sacramentada a validade ou não da Ficha Limpa para as eleições de 2012. A expectativa é que os Ministros do Supremo Tribunal Federal validem a norma. Cabe salientar que o Ficha Limpa é uma iniciativa popular e pode contribuir para tão sonhada reforma política no País.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Por um Pará sem Divisão


As vezes a emoção fala mais alto!!!!

Independente dos debates técnicos e acadêmicos, são muitas emoções!!!!

Então, segue a frase:

Queremos um Pará sem divisão, porém grande e querido por todos. Sem briguinhas e fofocas, igual ao Filho da Glória e do Triunfo: o Grande leão de Antônio Baena...

NINGUÉM DIVIDE O PARÁ: Vote 55!

Desenvolvimento Municipal só no médio prazo

FGV confirma que levará tempo para municípios desenvolvolverem

O coordenador da Área de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), Armando Castelar, disse que os resultados do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) relativo a 2009 são bastante positivos. Divulgado ontem (5) à noite pela Federação das Indústrias do Estado do Rio, o IFDM revela que houve, no período, redução das desigualdades entre os 5.565 municípios brasileiros: 69,1% das cidades apresentaram crescimento em seus indicadores de desenvolvimento, com migração das faixas de desenvolvimento baixo e regular para as de crescimento moderado e alto.

Castelar acredita que os números relativos a 2010 serão ainda melhores porque o país se recuperou bem da crise econômica do ano anterior. Embora a desigualdade ainda permaneça entre as cidades em termos de alto desenvolvimento, na análise da última década o resultado encontrado pelo IFDM é que 90% dos municípios apresentaram crescimento, ao mesmo tempo em que houve redução do total de cidades com índices de desenvolvimento considerados baixos.

“Eu acho que o fato de os municípios mais pobres terem mostrado melhora maior nessa ótica tem muito a ver com o fato de que a renda vem melhorando no país por conta de melhorias no mercado de trabalho. Isso tem impacto importante, porque há mais gente trabalhando. Significa que a renda familiar é mais alta”.

O foco nos municípios com mais baixos índices de Desenvolvimento Humano (IDH) reflete as políticas de transferência de renda, como o Bolsa Família, que têm peso muito grande nas regiões mais pobres, com destaque para o Nordeste e o Norte, disse Castelar. Esses programas são particularmente importantes para os municípios com muitas famílias pobres, ressaltou.

A Blindagem para as " autoridades"


A matéria reforça uma reflexão da seguinte  frase:

"Antigamente os cartazes nas ruas, com rostos de criminosos, ofereciam recompensas; hoje em dia, pedem votos".
Agora, segue a matéria:

Supremo blinda políticos e protege identidade de 152 investigados

O Jornal fez levantamento de autoridades públicas citadas em 200 inquéritos e identificou que mesmo nos casos em que não há segredo de Justiça só as iniciais são divulgadas, escondendo os nomes.

Felipe Recondo, de O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - O Supremo Tribunal Federal (STF) mantém em sigilo a identidade de 152 autoridades suspeitas de cometer crimes. Um procedimento adotado no ano passado como exceção, que visava a proteger as investigações, acabou tornando-se regra e passou a blindar deputados, senadores e ministros de Estado. Levantamento feito pelo Estado em aproximadamente 200 inquéritos mostrou que os nomes dos investigados são ocultados.
Apenas suas iniciais são expressas, mesmo que o processo não tramite em segredo de Justiça, o que torna praticamente impossível descobrir quem está sendo alvo de investigação. O Estado já havia revelado, em dezembro do ano passado, a adoção dessa prática no STF.
O inquérito aberto contra a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), flagrada recebendo dinheiro do esquema do mensalão do DEM no Distrito Federal, aparece no site do Supremo apenas com as iniciais da parlamentar: JMR (Jaqueline Maria Roriz). Outros seis inquéritos trazem as iniciais L.L.F.F. Só foi possível identificar que o investigado era o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) porque outra investigação com a mesma sigla foi levada ao plenário do tribunal recentemente.
Em outros casos, é possível inferir quem é o investigado por meio de uma pesquisa. Sabendo que a investigação foi aberta em um Estado específico, é necessário cruzar as iniciais com todos os nomes de deputados e senadores eleitos por esse mesmo Estado. Por esse procedimento é possível inferir que um inquérito aberto contra L.H.S. em Santa Catarina envolve o senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC). Nesse caso, o Estado confirmou que se trata efetivamente do parlamentar e ex-governador catarinense. Mas na maioria das vezes essa pesquisa não é suficiente para saber quem está sob investigação no Supremo.
Proteção. A regra de identificar os investigados no STF apenas pelas iniciais foi baixada pelo presidente do tribunal, ministro Cezar Peluso, no fim do ano passado. A inovação tinha por objetivo proteger investigações que poderiam correr em segredo de Justiça. Esse procedimento está amparado no regimento interno do STF. Não se aplica aos demais tribunais.
Pela regra, o ministro que for sorteado para relatar a investigação analisa se o processo deve ou não correr em segredo de Justiça. Se concluir que não há motivos para o sigilo, as iniciais serão tiradas e o nome completo será publicado no site.
O levantamento nos mais de 200 inquéritos mostrou que apenas o ministro Celso de Mello tem como padrão tirar essa proteção a investigados com foro privilegiado. Ele já tem despacho padrão para esses casos e é a primeira providência que adota quando o processo chega a suas mãos.
O primeiro desses despachos foi dado no processo que envolve o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Ari Pargendler, acusado de injúria por um ex-estagiário do STJ. Na decisão, Celso de Mello afirma que o sigilo e o tratamento diferenciado a essas autoridades são incompatíveis com o princípio republicano: "Cabe acentuar, desde logo, que nada deve justificar, em princípio, a tramitação, em regime de sigilo, de qualquer procedimento que tenha curso em juízo, pois, na matéria, deve prevalecer a cláusula da publicidade".
"Não custa rememorar, tal como sempre tenho assinalado nesta Suprema Corte, que os estatutos do poder, numa República fundada em bases democráticas, não podem privilegiar o mistério", acrescentou.
Crítico do procedimento criado por Peluso, o ministro Marco Aurélio Mello também retirou esse segredo em três dos processos que estavam em seu gabinete.
Num deles, ressaltou ser "princípio básico, na administração pública, a publicidade dos atos". E lembrou que o processo, antes de o investigado se tornar deputado, tramitou em outro tribunal sem esse sigilo. Por isso, mandou que fosse retificada a autuação para que constasse o nome inteiro do deputado Fernando Jordão (PMDB-RJ). No entanto, apesar de ter alterado alguns dos inquéritos que estão sob sua relatoria, Marco Aurélio ainda cuida de alguns que trazem apenas as iniciais dos nomes dos investigados.
Os demais ministros do Supremo não alteram a autuação dos inquéritos. Por isso, praticamente todos os procedimentos que chegaram ao STF nos últimos meses tramitam sem que se possa saber quem está sendo investigado.