sexta-feira, 26 de julho de 2013

SBPC: Universidade precisa ser repensada para servir à sociedade

Com informações do MCTI - 26/07/2013


A universidade deve "sintonizar" as demandas da sociedade, unindo-se sobretudo às empresas no caminho da inovação tecnológica.
"Hoje os dois sistemas - a indústria e o que gera conhecimento - agem separados. O Brasil tem relativa competência dos dois lados, mas são dois mundos que pouco se falam", argumentou o Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antônio Raupp.
A declaração foi feita em debate promovido pela Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG), durante a 65ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
Ele citou como exceção casos de sucesso de empresas, como a Petrobras e a Embraer, além do setor agropecuário, que promoveram a inovação porque tinham bases tecnológicas desenvolvidas.
O ministro apontou como ação estratégica do governo para atacar o problema o programa Inova Empresa, recentemente lançado, que visa utilizar a capacidade existente de geração de conhecimento e correr os riscos tecnológicos de investir na inovação junto com as empresas.
Uma das iniciativas foi a criação da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), que tem por objetivo promover a cooperação entre os dois setores.
"A ideia é estimular a parceria entre os agentes de pesquisa na universidade e as empresas para que juntos eles possam assumir responsabilidades conjuntas para o desenvolvimento de projetos de interesse de ambos", afirmou o Ministro.
Acadêmica demais
"A ciência brasileira se tornou muito acadêmica e, para participar do processo de inovação nas empresas, precisa formar recursos humanos adequados. Quando critico a universidade é porque ela sempre ficou fechada em si mesmo, temos que ter maior interação com as empresas para o estudante sair de lá mais qualificado. Temos que repensar o sistema universitário", sugeriu Raupp.
Ao ser questionado sobre a possível ineficácia da separação de políticas públicas para o desenvolvimento econômico e social e sobre o papel da universidade na escolha entre atender as demandas de mercado, as sociais ou as acadêmicas, o ministro falou da importância de a universidade adotar uma postura ampla e atenta aos diversos anseios da sociedade.
"A ciência básica precisa ser feita, só não podemos esquecer a ciência aplicada", alertou. "Se não tivermos atividade econômica não teremos dinheiro, do pagamento de tributos, por exemplo, para investir no que é preciso. Cabe ao governo ser um intermediário entre os diversos atores da sociedade."
"O papel da universidade é avançar com o conhecimento e preparar as novas gerações com esse espírito crítico para entender aspectos da vida nacional e as suas necessidades. O compromisso social é saber gerar soluções para a sociedade. Precisamos fazer as duas coisas, uma inspira a outra", concluiu

Fonte: Inovação Tecnológica

sábado, 20 de julho de 2013

O sofrimento é mesmo necessário? Sim e não.




Se não tivesses sofrido como sofreste, não haveria em ti como ser humano, nenhuma humildade, nenhuma compaixão.
Não estarias a ler isto agora.
O sofrimento quebra a casca do ego, e depois chega uma altura em que cumpriu a sua função.
O sofrimento é necessário até que te apercebas que é desnecessário."
 
  Eckhart Tolle

sábado, 13 de julho de 2013

Brasil perde seis posições em ranking mundial de inovação

Brasil perde seis posições em ranking mundial de inovação: O desempenho do Brasil só não foi pior porque novos critérios de avaliação foram introduzidos e garantiram boas posições relativas ao País.

A Tirania do Medo

O nosso mundo vive demasiado sob a tirania do medo e insistir em mostrar-lhe os perigos que o ameaçam só pode conduzi-lo à apatia da desesperança. O contrário é que é preciso: criar motivos racionais de esperança, razões positivas de viver. Precisamos mais de sentimentos afirmativos do que de negativos. Se os afirmativos tomarem toda a amplitude que justifique um exame estritamente objectivo da nossa situação, os negativos desagregar-se-ão, perdendo a sua razão de ser. Mas se insistirmos em demasia nos negativos, nunca sairemos do desespero.

Bertrand Russell, in 'A Última Oportunidade do Homem'

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Economia de consumo, Brasil despenca em competitividade


"O país possui uma economia mais baseada no consumo do que na produção. Como resultado, deixou de priorizar investimentos em setores em que poderia ser se tornar competitivo."
Esse foi o veredito dado por Stéphane Garelli, diretor do centro de competitividade mundial do instituto suíço IMD, que publica anualmente o relatório World Competitiveness Yearbook (Livro Anual da Competitividade Mundial).
De 2012 para 2013, o Brasil caiu do 46º para o 51º lugar entre 60 nações. Entre o ano passado e 2011, o Brasil já havia recuado duas posições no ranking.
O relatório analisa o gerenciamento das competências de cada país na busca por mais prosperidade.
"A competitividade de uma economia não pode ser reduzida apenas a PIB e produtividade; cada país ou empresa também tem que lidar com dimensões políticas, sociais e culturais", diz o documento. "Cada nação tem que criar um ambiente que tenha a estrutura, as instituições e as políticas mais eficientes para encorajar a competitividade dos negócios".
O ranking avaliou o desempenho de cada país em quatro áreas: desempenho econômico, eficiência governamental, eficiência empresarial e infraestrutura.
A liderança da lista foi ocupada pelos Estados Unidos, que desbancaram Hong Kong e voltaram ao topo, enquanto que a Venezuela foi considerado o menos competitivo dos países pesquisados.
O Brasil foi um dos que mais perderam posições desde que o ranking global de competitividade, incluindo países desenvolvidos e emergentes, começou a ser compilado pelo instituto, em 1997 - aquele ano, o país ocupava a 34º colocação entre 46 países.
"O Brasil deixou de fazer reformas importantes que, se postas em prática, poderiam aumentar a competitividade do país frente a outras nações do globo", afirmou Stéphane Garelli.
Carlos Arruda, professor de Inovação e Competitividade da Fundação Dom Cabral (FDC) e coordenador no Brasil dos estudos do World Competitiveness Yearbook do IMD, concorda.
"Entre essas ações, estão o investimento em infraestrutura e em educação. Essas são algumas áreas que claramente não estão acompanhando o grau de sofisticação da nossa economia, puxando o nosso crescimento para baixo", disse.
Os dados divulgados pelo IBGE nesta semana, apontando um modesto crescimento de 0,3% no PIB, por exemplo, escondem uma queda de 1,4% na produção industrial brasileira.
"No final, as regras de ouro da competitividade são simples: produzir, diversificar, exportar, investir em infraestrutura, dar apoio a pequenas e médias empresas, incrementar disciplina fiscal e manter coesão social", diz Garelli.
O pesquisador também lembrou que medidas de austeridade fiscal em geral reduzem a competitividade dos países que as implantaram para conter gastos.

Fonte:  http://www.inovacaotecnologica.com.br

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Aquíferos: a nova riqueza do país


Depois de 2010 o conhecido Guarani foi abatido em volume por mais uma reserva: o Aquífero Alter do Chão.

A maior parte da cobertura do planeta da Terra é composta por água. No entanto, é muito restrito o percentual que oferece condições para consumo, tendo em vista que uma enorme parte é água salgada ou  salobra, outra parte está poluída, além da existência de água nas geleiras, subsolo, solo e atmosfera.

Grande parte das águas contidas em terras emersas se encontra no subsolo. Em geologia considera-se reserva subterrânea a água que ocupa todos os espaços vazios de uma formação geológica, os chamados aquíferos, dos quais o Brasil possui a maior reserva mundial.

 
Alter do Chão: Hoje, o maior

Localizado sob os estados do Pará, Amapá e Amazonas, desde 2010 o aquífero Alter do Chão é o maior do País. Suas águas já abastecem a população de Santarém e quase todo o município de Manaus, através de poços profundos.

Dados iniciais revelaram que a área do Aquífero Alter do Chão seria de 437,5 mil Km2, com espessura de 545m. Mas estudo das Universidades Federais do Pará do Ceará pode revelar que o Aquífero Alter do Chão ocuparia uma pequena área de extensão, mais um gigantesco volume de, com reservas de 85 mil Km3 de água, contra apenas 55 mil Km3 do Guarani.

O Brasil tem outra reserva importante, o Aquífero Karst (Carste), localizado entre os municípios paranaenses de Campo Magno, Campo Largo, Almirante Tamandaré, Itaperuçu, Rio Branco do Sul, Colombo, Bocaiúva do Sul, Cerro Azul, Tunas do Paraná, Doutor Ulises e Adrianópolis, ao norte da região metropolitana de Curitiba, além de castro e ponta grossa, com cerca de 5.470 km2 de área total.

O Aquífero já possui cerca de 40 poços perfurados em 7 municípios, atendendo um abastecimento de 766 m3/hora.


Fonte: Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Economia do Crime: Menores, Corruptos e Cia


Desde a publicação do trabalho “Crime and Punishment: An Economic Approach” (1968), pelo ex professor da Universidade de Columbia (Nova Yorque), Dr. Gary S. Becker, a economia tem sido bastante usada para analisar o fenômeno do crime com o intuito de auxiliar decisões eficientes para o seu combate.
Professor Becker trouxe para a análise criminal a teoria da escolha racional do criminoso, ou seja, que o delinquente deseja com o crime maximizar sua utilidade e minimizar suas perdas acerca do crime que comete ou pensa em cometer. Também, espera-se que o criminoso somente cometerá esse crime se a utilidade esperada for maior do que a utilidade que teria empregando o seu tempo em outras atividades.
Assim, poderíamos estabelecer que o crime será cometido se
Uc = Bc – (Cc x Pp), onde:
Uc é a utilidade esperada do crime, ou seja, se vale a pena o crime;
Bc é o benefício do crime;
Cc é o custo do crime; e,
Pp é a probabilidade de prisão e de condenação.

Portanto, ao analisar a expressão matemática que determina a escolha racional do criminoso, pode-se verificar que o crime compensará no imaginário do delinquente se, e somente se, o custo de cometer o crime e a probabilidade da prisão NÃO excederem o que espera de benefício.
Logo, se há benefícios a serem auferidos com a ação criminosa (e na sociedade moderna quase sempre há), o criminoso certamente contará com essa possibilidade, motivo pelo qual uma política de prevenção do ilícito necessita alterar o resto da equação, isto é, aumentando o custo desse delito e também a probabilidade de prisão e de condenação.
O aumento do custo pode ser encontrado pelo investimento em segurança, ou seja, em sistemas de alarme, centrais de vídeo, guardas privados, cães de vigia, ofendículos etc. Todos esses dispositivos e possibilidades incrementam o custo do crime, pois o bandido terá que possuir equipamentos ou treinamento para vencer essas dificuldades, o que é um dispêndio que não pode ser suportado por grande parte deles.
A probabilidade de prisão também pode determinar a não escolha do comportamento criminoso pelo marginal. O investimento em segurança pública, equipamentos para as polícias, treinamento policial, melhoria dos sistemas de investigação, racionalização da legislação penal e processual penal, preparação do Poder Judiciário e do Ministério Público são, entre tantas outras, medidas que aumentam a probabilidade de prisão e de condenação, reduzindo a utilidade do crime.
Ao analisar o caso do menor, por exemplo, percebe-se que a legislação brasileira, em especial do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, 1990), reduz enormemente a possibilidade de prisão. Em verdade, a elimina, já que crianças e adolescentes não podem ser presos. Ainda, se considerarmos as medidas educativas como penas, estas são muito pequenas e desproporcionais se comparadas aos crimes bárbaros cometidos pelos menores que se sujeitam a ela, contribuindo também para o super-dimensionamento dos benefícios na cabeça desses elementos.
Isso significa que a utilidade do crime para a criança e o adolescente é muito maior do que para o maior de 18 anos no Brasil. Ainda com baixos benefícios colhidos por um crime, como um sapato, um tênis, alguns trocados, o crime pode valer a pena, já que a probabilidade de prisão é muito baixa. Isso pode explicar o surto de crimes cometidos por menores de 18 anos neste país após a implementação do ECA.
Ainda, a economia também pode ajudar a explicar o porquê de organizações criminosas estarem aliciando menores para suas ações. Com a inserção de menores no ato ilícito, normalmente como “responsáveis ou os chefes do delito”, há a diminuição do tempo de pena e da punição para os demais, maiores de 18 anos, considerados pequenos participantes, nunca executores ou mandantes.
O ECA, do ponto de vista econômico, colocou o menor em uma situação de vulnerabilidade extrema. São “meios” facilmente cooptados por grupos criminosos que utilizam crianças e adolescentes em suas ações, na busca pela maximização de sua utilidade na prática criminosa. O grupo criminoso que utiliza menores em seus atos, normalmente apresentando essas pessoas como os líderes e executores de crimes bárbaros (sabemos que são os “testas de ferro”), possui a capacidade de reduzir a possibilidade de prisão e de condenação para os demais membros, ou de diminuir o tempo de pena, o que rebaixa o efeito da segunda parte da equação econômica do crime, deixando claro que o benefício superou os demais elementos que determinam a escolha racional pelo ilícito.
E no caso dos crimes do colarinho branco? Imaginem se a decisão de condenação de corruptos não resultar em efetivas prisões para seus autores? Isso significa dizer que o risco no cometimento do ilícito valeu a pena, já que a probabilidade de prisão e de condenação é tendente à zero. Deixar corruptos livres ou sem qualquer pena implica em afirmar na consciência coletiva que esses crimes compensam, já que a equação econômica tenderá a ser equivalente ao benefício a ser colhido pelo crime, pois a probabilidade de prisão e de condenação é baixa ou nula.
Obviamente existem outros fatores, sociais, morais, pessoais etc. que determinam a escolha pelo crime, mas o fator econômico deve ser considerado na análise pelos responsáveis da confecção da resposta estatal ao ilícito, sejam operadores do direito, sejam legisladores. Desconsiderar a racionalidade econômica e só pensar em aspectos filosóficos pode ser extremamente ineficiente do ponto de vista prático para a adequada garantia da paz social e da ordem pública.

Fonte: MVREIS