sábado, 1 de janeiro de 2011

Memória Perdida

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Uma poesia do grande romancista e lutador em vida, Benedicto Monteiro, um exemplo de Cidadão para as presentes e futuras gerações.







MEMÓRIA PERDIDA

Meu Deus
de onde venho eu
que flor saiu
deste enxerto preto-e-branco
mais preto do que branco
mais branco com alma preta
mais carne do que alma
mais calma do que carne
mais homem
ou mais mulher?
Oh meu Deus
de que Deus sou eu
da mata ensolarada
da selva enverdecida
do campo ensombreado
do rio manso perdido
ou da lua
do sol
do céu?
Que sangue me acalora
que desejo
me devora
que alma
me apavora
que sonho
me comemora
que fui
que sei
que sou?

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