sábado, 9 de outubro de 2010


O desenho de Da Vinci foi inspirado na obra do arquiteto Marcus Vitruvius Pollio (70 a.C. – 25 a.C.), “De Archictetura”, aproximadamente em 40 a.C. (descoberta na Abadia de Monte Cassino, em 1420), que explica a relação entre simetria e perfeição. Marcus Vitruvius Pollio, foi um arquiteto, agrimensor, pesquisador e engenheiro romano que viveu no século I a.C. e deixou como legado sua obra em dez volumes, que constitui o único tratado europeu do período grego-romano que chegou aos nossos dias e serviu de fonte de inspiração a diversos textos sobre construções hidráulicas, hidrológicas e arquitetônicas, desde o Renascimento. Dedicou sua obra ao Imperador Augustus. Seus padrões de proporção e seus princípios de arquitetura: “utilitas, venustas e firmitas” (utilidade, beleza e solidez), inauguraram a base da Arquitetura Clássica. Sua obra foi traduzida para diversos idiomas, e foi considerada fundamental para a Arquitetura Clássica, até o século XIX. Para Vitruvius, as partes de uma construção deveriam guardar uma relação harmônica, similar às existentes nas proporções do corpo humano. O arquiteto era um estudioso da Arquitetura Grega, e seu tratado conservou a tradição clássica no traçado de edifícios públicos, e o que escreveu tinha uma inteligente avaliação humanista. Para ele, tudo o que o homem construía, deveria ter como escala o corpo humano, e como valores de referência as proporções humanas, e assim, Vitruvius preocupou-se também com o estudo das medidas humanas, e relacionou-as com a Arquitetura.

O desenho de Da Vinci é um pentagrama humano, com um corpo masculino desnudo dentro de um círculo – o umbigo do homem corresponde ao centro do círculo. Além do círculo, a figura também está contida exatamente dentro de um quadrado. O corpo está separado e simultaneamente em duas posições sobrepostas, com os braços inscritos num círculo e num quadrado. A cabeça é calculada como sendo um oitavo da altura total. O desenho e o texto também são conhecidos como “Cânones das Proporções”. O maior desafio era colocar a figura do homem dentro das formas geométricas. Vitruvius cometeu o erro de colocar o círculo e o quadrado com o centro no mesmo lugar, o que resultava num desenho do homem com proporções grotescas. Leonardo encontrou uma solução brilhante, apoiando as duas formas sobre a mesma base – depois desenhou o homem seguindo as proporções estabelecidas. Segundo Vitruvius, a construção de um T O desenho de Leonardo representa, o homem como uma Estrela de Cinco Pontas. Desde a Antigüidade, a Estrela de Cinco Pontas simboliza os corpos celestes menores que o Sol e a Lua. Ela é o símbolo do homem, microcosmo, e do Universo, macrocosmo.

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