sexta-feira, 1 de abril de 2011

O poder das energias alternativas

Da Rede de Cidades Inovadoras

Adaptar-se às formas de energia limpa melhora a qualidade de vida e contribui para a geração de empregos

Aperfeiçoar o uso de energias renováveis, aquelas que proporcionam menor dano ao meio ambiente, e aplicá-las no dia a dia das cidades é o tema do eixo Cidades Geradoras de Energia Limpa, um dos oito que fazem parte da segunda edição da Conferência Internacional de Cidades Inovadoras - CICI2011. Na oportunidade, especialistas discutirão as soluções já existentes ao redor do mundo, trazendo exemplos de municípios que geram energia limpa de forma eficiente e são cases de sucesso.

Engenheiro eletricista e atual pesquisador sobre geração de energia elétrica com ênfase na célula à combustível e nas tecnologias do hidrogênio, o curador deste eixo, Emílio Hoffmann Neto, ressalta os benefícios de uma cidade ao adotar energias renováveis. "São muitas as vantagens, como a geração de emprego em virtude dos recursos a serem explorados, a conscientização da população sobre o uso dos novos meios e a visível melhora na qualidade de vida".

Para debater essas e outras questões, a CICI2011 trará à Curitiba, Tom Roper, o diretor de Projetos da Global Sustainable Energy Islands e um dos membros sênior do Centro Australiano para a Inovação, Ciência e Sociedade da Universidade de Melbourne. Roper, que vem à Conferência apresentar o tema: "Mudanças climáticas e Green Building", conta que já é possível projetar prédios ecologicamente corretos e destaca uma cadeia de escritórios sustentáveis que foi construída na Austrália. O edifício consome 87% de energia e 72% de água a menos que as construções antigas, sendo a primeira que conseguiu o título de Six Green Stars, ou seja, um edifício "seis estrelas, e verde".

Além de Tom Roper, o evento contará com a participação de outros 14 palestrantes especialistas que irão debater os temas: Cidades Geradoras de Energia Solar; Cidades Geradoras de Energia Eólica; Cidades Geradoras de Biogás; Produção de energia a partir do biogás; Cidades inteligentes em Energia - Smart Grid; e Cidades Integradoras de Energia Renovável e Eficiente.

Energia brasileira

De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, o Brasil é um dos maiores produtores de energia renovável do mundo, sendo que 46% da energia do país provêm de fontes limpas. "Somos suficientes na produção de etanol, mas podemos investir na energia solar térmica, pela intensidade de sol disponível, e no uso de biomassa nas áreas rurais, aproveitando os resíduos sólidos da agricultura e pecuária para produção de energia", comenta Emílio Hoffmann Neto.

Alguns estados têm conseguido, com sucesso, aplicar o uso de recursos renováveis em seu espaço urbano. No Paraná, a usina de Itaipu, responsável por 20% da produção de energia hidrelétrica de todo o país, desenvolve junto ao seu parque tecnológico a Plataforma Itaipu de Energias Renováveis. O objetivo central desse projeto é demonstrar a viabilidade técnica, econômica e ambiental do uso de fontes renováveis de energia.


Exemplos práticos - Muitas cidades brasileiras já desenvolvem iniciativas com foco em energias alternativas, como é o caso da cidade de Apucarana, na Região Norte do Paraná que já abastece um ônibus da sua frota escolar apenas com biodiesel oriundo do óleo de fritura. O município de Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, está implantando um Centro Científico e Tecnológico para a produção de energia alternativa. E São Sebastião, no litoral paulista, já possui a tecnologia capaz de transformar lixo domiciliar em energia térmica.

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