quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Revolução tecnológica é o desafio das próximas décadas, afirma futurista


 
O venezuelano José Luis Cordeiro, do Millennium Project, esteve em Curitiba para um workshop promovido pelos Observatórios Sesi/Senai/IEL,sobre cenário latino americanos
Fonte: Cidades Inovadoras

Em 20 anos, as pessoas conhecerão seu genoma e poderão saber seu passado e desenhar seu futuro por menos de U$100. Também em duas décadas saberemos quais doenças poderemos ter no futuro e preveni-las. Em 10 anos, será possível escolher a cor do cabelo, do olho e as características das crianças através da mistura de genes.

"Nenhum país está preparado para o tsunami tecnológico que assolará o mundo nos próximos anos. Só vamos saber como lidar com as novas tecnologias na prática", disse José Luis Cordeiro, diretor do Nó Venezuelano do Millennium Project. Ele ministrou o Workshop "Cenários Latino América 2030", nesta quinta-feira (27), em Curitiba. O encontro foi uma iniciativa dos Observatórios Sesi/Senai/IEL.

"A tecnologia avança numa velocidade exponencional. Teremos computadores com mais sinapses que temos no cérebro humano. A inteligência artificial vai ultrapassar a inteligência humana", afirmou Cordeiro.

Ele apresentou o estudo do Relatório do Millennium Project, que traçou quatro cenários possíveis para a América Latina até 2030. Os cenários trabalham com as variáveis sociopolítica e tecnoeconômica, com perspectivas positivas e negativas.

"O melhor dos cenários é o que considera as variáveis positivas, e é marcado pela revolução tecnológica. Existe grande possibilidade de que isso aconteça antes mesmo de 2030. Já vemos isso na evolução da informática e nos robôs", disse Cordeiro. "Nenhum país está preparado para o tsunami tecnológico que assolará o mundo nos próximos anos. Só vamos saber como lidar com as novas tecnologias na prática".

Cordeiro acredita que a América Latina vive um momento em que é preciso traçar uma visão de futuro que mostre os rumos a serem seguidos nos próximos anos. Ele comparou a América Latina a países desenvolvidos e em desenvolvimento.

"A visão da América Latina é geralmente muito positiva, se comparada a outros países, como os árabes. A América Latina é gigante territorialmente, mas não está muito populosa se comparada ao Japão e Ásia. Hoje estamos com 576 milhões de pessoas e até 2050 chegaremos a 729 milhões. O crescimento está bom, o PIB vai aumentar, mas não se compara ao crescimento da China e Índia".

Estado de Futuro 2011 - Cordeiro também apresentou os desafios globais elencados pelo 2011 State of the Future, que constata que o mundo está ficando mais rico, mais saudável, mais educado, vivendo mais, mais pacífico e melhor conectado; todavia metade do mundo é potencialmente instável. O estudo mostra ainda algumas incertezas relacionadas a como os países estão enfrentando os desafios globais.

"Monitoramos 40 variáveis. Em relação à redução da pobreza e acesso à internet, estamos melhorando. Entretanto, houve uma piora em relação a aspectos ambientais, como a temperatura global, o uso de combustíveis fósseis, áreas nucleares e doenças infecciosas", disse o especialista, lembrando que os desafios estão inter-relacionados em três aspectos: comida, água e energia.

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