Os familiares de Maria Fonseca Santos, morta soterrada pelos escombros do edifício Real Class, da Real Engenharia, em janeiro deste ano, anunciaram que entrarão com ação indenizatória na Justiça na semana que vem. Elizabeth Santos, filha, e o viúvo Antônio Emídio Araújo dizem que as propostas da empresa não sanam os prejuízos e nem comportam a dimensão da perda da família, cuja casa foi destruída pelo desabamento. O advogado Roland Massoud, que representa a Real Class, disse que a família exige um valor quatro vezes maior que o ofertado pela empresa, que paga o aluguel de um apartamento no mesmo bairro para a família de Antônio Emídio.
O advogado Mauro Rios, que representa a família, disse que a decisão de ir à Justiça foi tomada cinco meses após o desabamento. Nesse período, ele diz que a empresa só pagou a indenização pelo carro soterrado, pelas roupas e, há pouco tempo, após 70 dias morando no apartamento de uma das filhas, é que Emídio passou a ocupar um imóvel alugado pela construtora. 'Ele não gastou com hotel nem com nada esse tempo todo e, até agora, só teve reparadas as suas necessidades básicas. Portanto, damos como encerradas as negociações e vamos dar entrada na semana que vem em ação reparadora de danos morais e materiais na Justiça do Estado. A empresa silenciou, não indeniza pelos prejuízos que causou e se deixarmos a coisa caminhar nesse ritmo, nem casa o senhor Antônio Emídio terá', justifica. 'Estamos coletando dados para comprovar o que havia na casa e fechar um valor a ser pedido com a ação, mas, preliminarmente, a indenização está em cerca de R$ 1,8 milhão', adianta.
Tabela - Massoud alega que os valores das propostas da empresa estão de acordo com as tabelas do Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscon-PA) e que espera a apresentação de um novo orçamento por parte da defesa da família Santos. 'Nós queremos pagar o que vale a casa. O senhor Antônio Emídio está morando em um apartamento alugado e mobiliado pela Real Engenharia, não existe um ‘não acordo’, existe um impasse que estamos tentando resolver', insiste o advogado. Elizabeth Santos garante que o imóvel alugado para Emídio por R$ 2.200 foi mobiliado pela família. 'Tinham armários quebrados, caindo aos pedaços. Compramos o básico: cama, fogão, geladeira, TV por nossa conta', diz ela.
Fonte: O Liberal
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