quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Cidades inteligentes que nada: queremos um planeta inteligente

Por Cauê Fabiano, Publicada em 15 de outubro de 2011 às 09h00
Fonte: IDG Now!

Guruduth Banavar, vice-presidente global de tecnologia da IBM, acredita que qualquer cidade pode ser inteligente e que já existem bons exemplos por aí.

“Nosso objetivo é alcançar um mundo mais inteligente”, afirma Guruduth Banavar, vice-presidente global de tecnologia da IBM. O representante está no país para, junto com o brasileiro Ulysses Mello, cientista de pesquisa da IBM Research Lab, na qual os especialistas mostram como a Tecnologia da Informação pode melhorar a infra-estrutura, a vida dos cidadãos e até prever acidentes, difundir o conceito de cidades inteligentes no país.

Em março deste ano, a empresa inaugurou o primeiro laboratório de pesquisas da companhia no Hemisfério Sul e um Centro de Soluções para Recursos Naturais, que ajudará empresas dos segmentos de petróleo, gás e mineração a acelerar a adoção de tecnologias e estratégias de negócios inovadoras. A grande realização do laboratório brasileiro foi o sistema de previsão meteorológica criado para o Centro de Operações Rio, PMAR. Trata-se de um modelo matemático adaptado para a cidade do Rio de Janeiro que trabalha com dados de várias fontes, incluindo satélites meteorológicos, com o objetivo de prever a incidência de chuvas e possíveis enchentes com 48 horas de antecedência.

“É usar essas informações para entender o que está acontecendo ou o que vai acontecer. Não é apenas uma coleta de dados, mas sim uma forma para se planejar para o futuro” definiu Guruduth. De acordo com o especialista, qualquer cidade pode ser tornar inteligente e, apesar de que cada uma possua demandas ou prioridades distintas, existem três problemas frequentes que afetam as metrópoles ao redor do mundo: segurança pública, transporte e fornecimento energia.

Para combater a incidência crimes em São Paulo, por exemplo, Guru sugere um sistema que já sendo utilizado na cidade de Nova Iorque, chamado “depósito de informações de crimes”. Uma ferramenta para incidentes que necessitam de respostas rápidas, que reúne uma base de dados a respeito de diversas ocorrências de uma determinada região.

Para exemplificar, Banavar contou o caso de uma mulher nova iorquina que lembrava apenas uma característica do suspeito: uma tatuagem na nuca. “A partir desse detalhe, examinamos os dados e, a partir disso, procuramos por padrões que poderiam indicar a identidade da pessoa e o local onde o suspeito estaria” explicou. Com uma abordagem parecida com Minority Report (brincadeira rapidamente corrigida por Guruduth), o sistema de segurança de uma cidade inteligente poderia até mesmo prever crimes.

“Podemos [a partir desse depósito de informações] analisar a coleção de ocorrências e prever o tipo de crime que pode acontecer naquela região. Ao perceber uma aglomeração de pessoas antes de um jogo de baseball em uma região perigosa, você combina informações e câmeras de segurança e consegue responder às ocorrências mais rapidamente” enumerou.

Para uma cidade se tornar inteligente não depende apenas de iniciativas de empresa e do governo. É muito importante também que os cidadãos participem desse processo, e construam um ambiente melhor e uma parceria com seus representantes. “É fundamental que haja transparência. Tudo o que o governo fizer tem que estar disponível através do envolvimento dos cidadãos. Os dados podem ser colocados em um portal no qual os cidadãos tenham acesso. Além disso, as pessoas podem fornecer informações de maneiras mais efetivas, criando uma rede de informações e painéis de discussão, que podem debater como planejar as próximas mudanças", explica ele.

Isso já pode ser feito, através de uma tecnologia chamada Inovation Jam, que permite que as pessoas digam o que pensam, além de analizar padrões para encontrar padrões, mostrando onde as grandes ideias se encontram. Assim, os responsáveis podem ser mais precisos a respeito de onde as ações devem ser tomadas, seja com problemas de transporte ou de segurança.

Guruduth foi enfático e afirmou que qualquer cidade não só pode se tornar inteligente, como deve, principalmente por causa do declínio da infra-estrutura das grandes cidades e da direção tomada pelo planeta e seus recursos naturais. “Não podemos continuar assim, precisamos usar a informação para melhorar nossas vidas” disse.

A proposta de integração do projeto é ambiciosa, e, de acordo com o VP, as cidades são só um começo.

“O melhor lugar para começar são as cidades; é uma jornada, que não será uniforme. Primeiro as cidades, depois estados, países, e, depois o planeta. Claro que os resultados não poderão ser de 100%, mas estamos caminhando nessa direção” finalizou.

Fonte: Cidades Inovadoras

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